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preço do cacau

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Estado / Unidade

Preço (R$)

Data / Status

Bahia — 1 arroba (≈ 15 kg)

R$ 400,00

Cotação 10/12/2025

Espírito Santo — 1 saca (provavelmente 60 kg)

R$ 1.600,00

Cotação 10/12/2025

Pará — por quilo (kg)

R$ 26,00/kg

Cotação 10/12/2025


O preço do cacau tem chamado bastante atenção nos últimos anos — tanto pela sua enorme valorização quanto pela volatilidade acentuada. A seguir, faço um panorama completo sobre o preço do cacau (internacional e no Brasil), os fatores que explicam suas oscilações e as perspectivas para o futuro.


Histórico recente e valores atuais

Mercado internacional (tonelada)

  • Segundo um relatório de 2025, o cacau alcançou uma cotação recorde de US$ 10.709 por tonelada métrica em janeiro de 2025.

  • Apesar dessa alta histórica, os preços recuaram um pouco: mais recentemente, o valor tem girado em torno de US$ 7.601/t — ainda bem elevado quando comparado aos patamares antes deste ciclo de valorização

  • Em 2024, o cacau teve um dos maiores saltos de preço entre as commodities: valorização de cerca de 174% no ano, maior até que a de criptomoedas naquele período.

  • Houve momentos em que a tonelada chegou a superar US$ 12.000–13.000, especialmente no fim de 2024, segundo dados de contratos futuros negociados nas bolsas.

Segundo dados de uma base global de preços, em meados de 2025 a média mensal mundial do cacau (preço benchmark) indicava cerca de US$ 8.402 por tonelada métrica.

Preço no Brasil

  • Dependendo da região e forma de comercialização (arroba, saca etc.), os preços variam bastante. Por exemplo, em relatório de 2025, a saca de 60 kg em uma localidade chegou a ser comercializada por R$ 3.752.

  • Contudo, também há relatos recentes de queda significativa: em algumas praças, o valor caiu para cerca de R$ 2.460 por saca no segundo semestre de 2025.

  • Nos estados produtores tradicionais, como Bahia e Pará, há uma série histórica de preços por arroba (15 kg): em janeiro de 2025, por exemplo, o preço estava próximo de R$ 900 por arroba (Bahia), representando uma forte valorização recente

Esses dados demonstram a forte oscilação — com picos recentes seguidos de ajuste — que têm marcado o mercado do cacau, especialmente nos últimos dois anos.


Por que o preço do cacau disparou tanto?

Vários fatores contribuíram para a recente explosão dos preços da amêndoa de cacau. Eis os principais:

1. Problemas na produção global — clima e pragas

A maior parte da produção mundial de cacau está concentrada em países da África Ocidental, especialmente Costa do Marfim e Gana. Nessas regiões: houve quebras de safra, secas, eventos climáticos adversos e surtos de doenças nas plantações. Isso reduziu drasticamente a oferta global. A escassez, em face da demanda crescente, impulsionou o preço.

2. Estoques apertados e desequilíbrio oferta-demanda global

Relatórios recentes apontam que a produção global caiu, a moagem (processamento de amêndoas) também diminuiu, e os estoques finais ficaram bastante baixos — o que nivela o preço para cima. Com menos cacau disponível e demanda global ainda estável ou crescente, o preço se sustenta em patamares elevados.

3. Especulação e contratos futuros / circulação nas bolsas de commodities

Outra razão é o mercado financeiro: investidores e especuladores passaram a olhar o cacau como commodity com grande potencial de valorização, aumentando posições futuras e gerando pressão sobre o preço — o que realimenta a alta. Além disso, a negociação em bolsas internacionais de futuros (como as bolsas da Nova York e de Londres) aumentou, acelerando a volatilidade.

4. Impacto no Brasil: câmbio, menor produção interna e choque de oferta

As cotações internacionais — sobretudo em dólar — influenciam diretamente o preço pago aos produtores no Brasil. Quando o dólar sobe e a oferta externa é restrita, o preço interno da amêndoa ou da saca tende a subir. Porém, mesmo com preços internacionais altos, a produção nacional enfrenta desafios: a produção de amêndoas processadas e recebimento pela indústria apresentou queda em 2024 em comparação a 2023. Essa combinação de fatores explica por que, mesmo com o cacau “valendo caro” no exterior, nem sempre o produtor brasileiro “colhe” os mesmos benefícios — especialmente se há problemas de logística, qualidade ou mercado interno fraco.


Consequências da alta (e da volatilidade) do preço do cacau

Os aumentos e oscilações no preço do cacau têm impactos amplos, em diferentes elos da cadeia — do produtor ao consumidor:

  • Para produtores: em princípio, preços mais altos podem significar maior renda, especialmente para lavouras bem manejadas. Isso pode incentivar mais produção e investimento — embora a instabilidade também gere risco.

  • Para indústrias de chocolate e confeitaria: o aumento do custo da matéria-prima pressiona os custos de produção. Muitas empresas podem repassar esse aumento aos consumidores, ou reduzir o teor de cacau nos produtos (optando por gorduras e outros ingredientes mais baratos). Isso já vem sendo observado no mercado.

  • Para consumidores finais: o preço do chocolate e derivados tende a subir — o que pode encarecer produtos como barras de chocolate, bombons e ovos de páscoa. A volatilidade também gera incerteza para quem consome regularmente.

  • Para o agronegócio brasileiro: o Brasil pode se tornar mais competitivo frente à escassez global, com produtores locais vendo oportunidade de exportar ou abastecer o mercado doméstico. Mas isso depende da capacidade de atender aos padrões de qualidade e da estabilidade da oferta.

🔮 Perspectivas para o curto e médio prazo

As estimativas para o restante de 2025 e anos seguintes são divergentes — há fatores que apontam tanto para uma possível queda de preços quanto para uma manutenção em patamares elevados:

  • Uma pesquisa recente com traders e analistas projetou que os preços do cacau poderiam cair cerca de um terço até o final de 2025, especialmente se a oferta global melhorar e a demanda estagnar.

  • Por outro lado, entidades internacionais e especialistas apontam que o cacau e outras commodities como café devem continuar valorizados — dado o histórico de instabilidades na cadeia de produção e rupturas climáticas frequentes.

  • Uma oscilação mais modesta, com preços entre US$ 6.500 e US$ 8.500 por tonelada parece plausível caso a oferta se estabilize, mas sem retorno aos preços “antigos” (pré-2022).

Logo, o mercado permanece sensível a choques climáticos, pragas, câmbio e demanda global — fatores que continuam incertos.

O cacau vive um momento histórico de valorização após anos de relativa estabilidade. A retração da oferta global — especialmente pela queda de produção na África Ocidental —, combinada com especulação e aumento da demanda mundial, fez com que a tonelada da amêndoa disparasse em 2024 e inicio de 2025.

Para produtores brasileiros, há oportunidade: os preços elevados podem oferecer margens melhores, desde que a produção seja eficiente e capaz de atender às exigências de mercado. Para a indústria e consumidores, no entanto, o custo mais alto da matéria-prima tende a se refletir no preço final dos produtos — com risco de aumento e de mudanças na qualidade dos chocolates.

Embora haja previsões de leve queda para o final de 2025, diversos fatores estruturais (clima, estoques, demanda, câmbio) seguem como variáveis determinantes. Por isso, vale acompanhar de perto os relatórios de preços e as safras globais.

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