Preço do Cacau Hoje
- tiel vídeos
- 30 de set.
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De acordo com fontes de mercado:
Essas discrepâncias são reflexo de diferentes momentos de cotação, qualidade do produto, localização, prazos de negociação e também de flutuações diárias no mercado.
Bahia ~ R$ 480,00/arroba.
Espírito Santo ~ R$ 1.920,00/saca.
Pará ~ R$ 33,00/kg.
Logo, podemos afirmar que o preço do cacau no Brasil hoje está entre R$ 300-R$ 600 por arroba, variando bastante conforme o estado e as condições de mercado.
No mercado global, os contratos futuros de cacau têm apresentado queda nos últimos meses. Segundo dados da Trading Economics, o preço negociado do cacau estava em torno de US$ 6.926 por tonelada métrica recentemente. Em 15 de setembro de 2025, a cotação estava em US$ 7.611,95/ton, representando alta de 2,59 % em relação ao dia anterior. Entretanto, também se observa uma tendência de recuo ante o pico que o produto experimentou.
Dados da International Cocoa Organization (ICCO) também corroboram essa dinâmica de preços diários elevados: por exemplo, nas últimas cotações registradas, o preço médio diário no mercado de Nova York superou os US$ 6.900 por tonelada. Em relatórios mensais recentes, preços médios têm oscilado entre US$ 7.300 e US$ 7.600/ton.
Há uma análise de instituições como o JPMorgan que aponta que, após atingir patamares recordes acima de US$ 12.000/ton nos últimos anos, o mercado vem passando por um ajuste de retrocesso, com valores recuando para abaixo de US$ 8.000/ton. A Bloomberg também relata que muitos analistas já esperam que os preços entrem em trajetória descendente no curto e médio prazo, especialmente diante de previsões de safra mais favorável na América do Sul.
1.2 Preço doméstico no Brasil
No Brasil, o cacau é cotado de formas distintas conforme o estado produtor e a unidade de medida (arroba, saca, quilo). No site Notícias Agrícolas, consta que o preço da arroba de cacau na Bahia estava em R$ 380,00 no último fechamento. Em outra fonte, o Mercado do Cacau informa valores mais elevados para determinados estados: por exemplo, em uma cotação recente, o preço da arroba na Bahia estava em R$ 510,00; no Espírito Santo, a saca era cotada em R$ 2.040,00; e no Pará, o quilo era cotado a R$ 33,00. Essas divergências refletem oscilações regionais, safras específicas e diferenças de qualidade e logística.
Uma fonte mais conservadora apresenta valores inferiores — por exemplo, “Cotações do Cacau” trazem preços de R$ 380/@ para a Bahia, R$ 1.520 para a saca no Espírito Santo e R$ 31,50/kg no Pará. Essas diferenças entre fontes mostram que o mercado interno sofre com forte heterogeneidade: produtores de regiões mais distantes ou com custos logísticos maiores frequentemente recebem preços inferiores.
2. Fatores que influenciam o preço do cacau hoje
2.1 Oferta e produção
Expansão de safras fortes: A previsão de safras mais robustas, especialmente na América do Sul, tem alimentado expectativas de aumento da oferta, o que pressiona os preços para baixo.
Clima favorável em regiões produtoras: Em países da África Ocidental (Costa do Marfim, Gana), chuvas bem distribuídas têm melhorado as perspectivas para o desenvolvimento das vagens de cacau, aliviando temores de escassez.
Recuperação dos estoques: Safras fracas consecutivas deixaram estoques globais apertados, e a expectativa de recuperação tende a exercer pressão baixista sobre os preços.
Deterioração ou doenças nas plantações: A ocorrência de pragas, doenças (como a vassoura-de-bruxa) ou condições climáticas extremas podem reduzir a produtividade, o que é um fator de risco para estabilização dos preços em níveis mais baixos.
2.2 Demanda global
Desaceleração do consumo: Preços mais elevados tendem a reduzir a demanda, especialmente em mercados sensíveis ao custo, como alimentos e confeitaria, gerando pressão para queda.
Concorrência com substitutos: Componentes alternativos ou ajustes nas formulações de chocolate podem “burlar” parte do impacto dos insumos.
Políticas comerciais e tarifárias: Barreiras comerciais, tarifas de importação ou exigências regulatórias (por exemplo, relacionadas a desmatamento ou sustentabilidade) influenciam os preços finais nos mercados consumidores.
Força do câmbio: Em países importadores, a variação cambial pode encarecer ou baratear o preço local do cacau. No Brasil, por exemplo, o dólar influencia fortemente os preços “internacionais convertidos”.
2.3 Custos de produção e logística
Insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas, transporte, mão de obra e energia têm se elevado globalmente, o que implica um piso de custo para produtores e, consequentemente, pressiona os preços.
Logística internacional — fretes marítimos, seguros e custos portuários — pode adicionar margens consideráveis no produto exportado.
2.4 Expectativas e especulação de mercado
Especuladores e investidores em contratos futuros antecipam cenários de oferta/demanda e ajustam posições, o que pode aumentar a volatilidade dos preços de referência.
Notícias climáticas, previsões de safra e relatórios de organismos internacionais (como ICCO, bancos de investimento) têm peso significativo na formação das cotações.
Além disso, mecanismos de hedge utilizados por indústrias guardam impacto no quanto do risco de preço é absorvido ou repassado.
. Efeitos econômicos e impactos
3.1 Para produtores
Altos preços são desejáveis porque aumentam a margem de lucro, mas esse efeito só se concretiza para produtores com boa produtividade, acesso a escoamento e custos controlados.
Produtores mais vulneráveis (pequenos, com pouca escala, localizados longe de centros consumidores) podem não conseguir acompanhar os aumentos e até sofrer perdas se os custos de produção subirem mais rapidamente.
Há o risco de que futuros preços em declínio gerem impactos negativos em investimentos e planejamento agrícola.
3.2 Para a indústria de chocolate e confeitaria
Pressão sobre margem: a matéria-prima representa parcela relevante do custo — quando o cacau sobe, os fabricantes têm de decidir entre absorver o custo (reduzindo margem) ou repassá-lo ao consumidor.
Elevação de preços dos produtos finais: há um efeito cascata — bombons, barras de chocolate, derivados etc. tendem a subir em resposta ao aumento do cacau.
Ajustes de formulação ou busca por substitutos podem surgir como resposta, ainda que com risco à qualidade.
3.3 Para consumidores e mercados finais
Aumento nos preços dos produtos de chocolate, confeitaria, bebidas com cacau etc.
Possível redução no consumo em segmentos mais sensíveis a preço.
Pressão inflacionária para alimentos e bebidas, especialmente em regiões onde o chocolate é parte significativa nos gastos culturais.
3.4 Para o comércio internacional e países produtores
Países exportadores de cacau são sensíveis à oscilação de preços para balança comercial, receitas cambiais e renda agrícola local.
Grandes produtores (Costa do Marfim, Gana) adotam mecanismos de preço mínimo, estoques regulatórios ou controle governamental para manejar volatilidade.
Tensões políticas ou protestos agrícolas podem surgir quando governos fixam preços considerados baixos pelos produtores. Por exemplo, na Gana, mais de 300 mil agricultores protestaram contra o preço anunciado para a safra 2025/2026, alegando que o valor não cobre seus custos.
4. Perspectivas para o preço do cacau
Tendência de queda no curto a médio prazo
A expectativa predominante entre analistas é de que os preços tendam a recuar um pouco, especialmente caso as safras se confirmem em níveis elevados e o consumo se mantenha contido. A Bloomberg informou que analistas, como Oran van Dort (Rabobank), já apontam para preço em trajetória descendente no curto e médio prazo. O JPMorgan também indica que o “ressaca” do pico de preços elevados do último período pode provocar correções.
Cenários de alta
No entanto, há fatores de risco que podem reverter essa tendência:
Eventos climáticos adversos (seca, calor extremo, pragas) em regiões produtoras podem gerar perdas de safra.
Adoção de políticas protecionistas, tarifas ou barreiras regulatórias nos países importadores pode encarecer o cacau.
Aumento do consumo em mercados emergentes ou novos usos industriais pode dar sustentação à demanda.
Contratos de hedge e especulação podem gerar movimentos abruptos de preços.
Estimativas
Modelos apontam que o cacau poderia negociar em níveis próximos a US$ 6.858,92/ton até o final do trimestre corrente, segundo projeções da Trading Economics. Algumas previsões para 12 meses projetam preços ainda mais baixos, podendo se situar entre US$ 5.900 a US$ 6.500/ton, se a oferta for robusta e a demanda continuar moderada.
Em síntese, o preço do cacau hoje está em patamares elevados historicamente, mas em trajetória de acomodação diante de expectativas favoráveis de oferta e sinais de demanda enfraquecida. No mercado brasileiro, os preços oscilam muito conforme região, qualidade e logística local, o que evidencia que nem todos os produtores se beneficiam igualmente desses patamares internacionais.
Para os próximos meses, a tendência é que os preços recuem moderadamente, embora riscos relacionados ao clima, políticas e mercado possam gerar surpresas. Para quem participa da cadeia — do agricultor ao industrial — acompanhar os fatores de produção, o câmbio, os contratos futuros e os relatórios de mercado será essencial para tomada de decisões mais acertadas.



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