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Preço do Cacau Hoje


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De acordo com fontes de mercado:

Essas discrepâncias são reflexo de diferentes momentos de cotação, qualidade do produto, localização, prazos de negociação e também de flutuações diárias no mercado.


Bahia ~ R$ 480,00/arroba.

Espírito Santo ~ R$ 1.920,00/saca.

Pará ~ R$ 33,00/kg.



Logo, podemos afirmar que o preço do cacau no Brasil hoje está entre R$ 300-R$ 600 por arroba, variando bastante conforme o estado e as condições de mercado.

No mercado global, os contratos futuros de cacau têm apresentado queda nos últimos meses. Segundo dados da Trading Economics, o preço negociado do cacau estava em torno de US$ 6.926 por tonelada métrica recentemente.  Em 15 de setembro de 2025, a cotação estava em US$ 7.611,95/ton, representando alta de 2,59 % em relação ao dia anterior. Entretanto, também se observa uma tendência de recuo ante o pico que o produto experimentou.


Dados da International Cocoa Organization (ICCO) também corroboram essa dinâmica de preços diários elevados: por exemplo, nas últimas cotações registradas, o preço médio diário no mercado de Nova York superou os US$ 6.900 por tonelada. Em relatórios mensais recentes, preços médios têm oscilado entre US$ 7.300 e US$ 7.600/ton.

Há uma análise de instituições como o JPMorgan que aponta que, após atingir patamares recordes acima de US$ 12.000/ton nos últimos anos, o mercado vem passando por um ajuste de retrocesso, com valores recuando para abaixo de US$ 8.000/ton.  A Bloomberg também relata que muitos analistas já esperam que os preços entrem em trajetória descendente no curto e médio prazo, especialmente diante de previsões de safra mais favorável na América do Sul.


1.2 Preço doméstico no Brasil

No Brasil, o cacau é cotado de formas distintas conforme o estado produtor e a unidade de medida (arroba, saca, quilo). No site Notícias Agrícolas, consta que o preço da arroba de cacau na Bahia estava em R$ 380,00 no último fechamento.  Em outra fonte, o Mercado do Cacau informa valores mais elevados para determinados estados: por exemplo, em uma cotação recente, o preço da arroba na Bahia estava em R$ 510,00; no Espírito Santo, a saca era cotada em R$ 2.040,00; e no Pará, o quilo era cotado a R$ 33,00.  Essas divergências refletem oscilações regionais, safras específicas e diferenças de qualidade e logística.

Uma fonte mais conservadora apresenta valores inferiores — por exemplo, “Cotações do Cacau” trazem preços de R$ 380/@ para a Bahia, R$ 1.520 para a saca no Espírito Santo e R$ 31,50/kg no Pará.  Essas diferenças entre fontes mostram que o mercado interno sofre com forte heterogeneidade: produtores de regiões mais distantes ou com custos logísticos maiores frequentemente recebem preços inferiores.


2. Fatores que influenciam o preço do cacau hoje

2.1 Oferta e produção

  • Expansão de safras fortes: A previsão de safras mais robustas, especialmente na América do Sul, tem alimentado expectativas de aumento da oferta, o que pressiona os preços para baixo.

  • Clima favorável em regiões produtoras: Em países da África Ocidental (Costa do Marfim, Gana), chuvas bem distribuídas têm melhorado as perspectivas para o desenvolvimento das vagens de cacau, aliviando temores de escassez.

  • Recuperação dos estoques: Safras fracas consecutivas deixaram estoques globais apertados, e a expectativa de recuperação tende a exercer pressão baixista sobre os preços.

  • Deterioração ou doenças nas plantações: A ocorrência de pragas, doenças (como a vassoura-de-bruxa) ou condições climáticas extremas podem reduzir a produtividade, o que é um fator de risco para estabilização dos preços em níveis mais baixos.

2.2 Demanda global

  • Desaceleração do consumo: Preços mais elevados tendem a reduzir a demanda, especialmente em mercados sensíveis ao custo, como alimentos e confeitaria, gerando pressão para queda.

  • Concorrência com substitutos: Componentes alternativos ou ajustes nas formulações de chocolate podem “burlar” parte do impacto dos insumos.

  • Políticas comerciais e tarifárias: Barreiras comerciais, tarifas de importação ou exigências regulatórias (por exemplo, relacionadas a desmatamento ou sustentabilidade) influenciam os preços finais nos mercados consumidores.

  • Força do câmbio: Em países importadores, a variação cambial pode encarecer ou baratear o preço local do cacau. No Brasil, por exemplo, o dólar influencia fortemente os preços “internacionais convertidos”.


2.3 Custos de produção e logística

  • Insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas, transporte, mão de obra e energia têm se elevado globalmente, o que implica um piso de custo para produtores e, consequentemente, pressiona os preços.

  • Logística internacional — fretes marítimos, seguros e custos portuários — pode adicionar margens consideráveis no produto exportado.


2.4 Expectativas e especulação de mercado

  • Especuladores e investidores em contratos futuros antecipam cenários de oferta/demanda e ajustam posições, o que pode aumentar a volatilidade dos preços de referência.

  • Notícias climáticas, previsões de safra e relatórios de organismos internacionais (como ICCO, bancos de investimento) têm peso significativo na formação das cotações.

  • Além disso, mecanismos de hedge utilizados por indústrias guardam impacto no quanto do risco de preço é absorvido ou repassado.


. Efeitos econômicos e impactos

3.1 Para produtores

  • Altos preços são desejáveis porque aumentam a margem de lucro, mas esse efeito só se concretiza para produtores com boa produtividade, acesso a escoamento e custos controlados.

  • Produtores mais vulneráveis (pequenos, com pouca escala, localizados longe de centros consumidores) podem não conseguir acompanhar os aumentos e até sofrer perdas se os custos de produção subirem mais rapidamente.

  • Há o risco de que futuros preços em declínio gerem impactos negativos em investimentos e planejamento agrícola.


3.2 Para a indústria de chocolate e confeitaria

  • Pressão sobre margem: a matéria-prima representa parcela relevante do custo — quando o cacau sobe, os fabricantes têm de decidir entre absorver o custo (reduzindo margem) ou repassá-lo ao consumidor.

  • Elevação de preços dos produtos finais: há um efeito cascata — bombons, barras de chocolate, derivados etc. tendem a subir em resposta ao aumento do cacau.

  • Ajustes de formulação ou busca por substitutos podem surgir como resposta, ainda que com risco à qualidade.

3.3 Para consumidores e mercados finais

  • Aumento nos preços dos produtos de chocolate, confeitaria, bebidas com cacau etc.

  • Possível redução no consumo em segmentos mais sensíveis a preço.

  • Pressão inflacionária para alimentos e bebidas, especialmente em regiões onde o chocolate é parte significativa nos gastos culturais.

3.4 Para o comércio internacional e países produtores

  • Países exportadores de cacau são sensíveis à oscilação de preços para balança comercial, receitas cambiais e renda agrícola local.

  • Grandes produtores (Costa do Marfim, Gana) adotam mecanismos de preço mínimo, estoques regulatórios ou controle governamental para manejar volatilidade.

  • Tensões políticas ou protestos agrícolas podem surgir quando governos fixam preços considerados baixos pelos produtores. Por exemplo, na Gana, mais de 300 mil agricultores protestaram contra o preço anunciado para a safra 2025/2026, alegando que o valor não cobre seus custos.


4. Perspectivas para o preço do cacau

Tendência de queda no curto a médio prazo

A expectativa predominante entre analistas é de que os preços tendam a recuar um pouco, especialmente caso as safras se confirmem em níveis elevados e o consumo se mantenha contido. A Bloomberg informou que analistas, como Oran van Dort (Rabobank), já apontam para preço em trajetória descendente no curto e médio prazo. O JPMorgan também indica que o “ressaca” do pico de preços elevados do último período pode provocar correções.

Cenários de alta


No entanto, há fatores de risco que podem reverter essa tendência:

  • Eventos climáticos adversos (seca, calor extremo, pragas) em regiões produtoras podem gerar perdas de safra.

  • Adoção de políticas protecionistas, tarifas ou barreiras regulatórias nos países importadores pode encarecer o cacau.

  • Aumento do consumo em mercados emergentes ou novos usos industriais pode dar sustentação à demanda.

  • Contratos de hedge e especulação podem gerar movimentos abruptos de preços.

Estimativas

Modelos apontam que o cacau poderia negociar em níveis próximos a US$ 6.858,92/ton até o final do trimestre corrente, segundo projeções da Trading Economics.  Algumas previsões para 12 meses projetam preços ainda mais baixos, podendo se situar entre US$ 5.900 a US$ 6.500/ton, se a oferta for robusta e a demanda continuar moderada.

Em síntese, o preço do cacau hoje está em patamares elevados historicamente, mas em trajetória de acomodação diante de expectativas favoráveis de oferta e sinais de demanda enfraquecida. No mercado brasileiro, os preços oscilam muito conforme região, qualidade e logística local, o que evidencia que nem todos os produtores se beneficiam igualmente desses patamares internacionais.

Para os próximos meses, a tendência é que os preços recuem moderadamente, embora riscos relacionados ao clima, políticas e mercado possam gerar surpresas. Para quem participa da cadeia — do agricultor ao industrial — acompanhar os fatores de produção, o câmbio, os contratos futuros e os relatórios de mercado será essencial para tomada de decisões mais acertadas.


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